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Pós-graduaçãoEquações diferenciais


Equação diferencial ordinária


Equações diferenciais ordinárias (EDOs) são equações que envolvem uma ou mais funções de uma variável independente e suas derivadas. O termo "ordinária" é usado em contraste com o termo "parcial", que se refere a equações diferenciais parciais (EDPs). As EDOs são importantes em uma variedade de áreas científicas porque frequentemente descrevem mudanças em um sistema ao longo do tempo. As soluções para estas equações podem revelar o comportamento e as propriedades do sistema que está sendo estudado.

Conceitos básicos e definições

Uma equação diferencial ordinária é uma equação que contém uma ou mais derivadas de uma função. O principal objetivo é determinar a função desconhecida, frequentemente representada como y(x). Para EDOs, apenas derivadas em relação a uma variável, geralmente tempo ou espaço, são incluídas. As EDOs podem frequentemente ser expressas como:

F(x, y, y', y'', ..., y (n) ) = 0

onde y', y'', ..., y (n) denotam as derivadas de y em relação à variável independente x.

Ordem da equação diferencial

A ordem de uma equação diferencial é a maior ordem da derivada presente na equação. Por exemplo:

  • y' + y = 0 é uma equação diferencial de primeira ordem.
  • y'' + y' - y = x é uma equação diferencial de segunda ordem.

EDOs lineares versus não lineares

Uma EDO é chamada de linear se puder ser expressa como um polinômio linear na função desconhecida e suas derivadas. Uma EDO linear é assim:

a n (x)y (n) + a n-1 (x)y (n-1) + ... + a 1 (x)y' + a 0 (x)y = g(x)

onde a i (x) e g(x) são funções de x apenas. Se a EDO não puder ser expressa nesta forma, ela é não linear.

Resolvendo equações diferenciais ordinárias

Existem vários métodos para resolver equações diferenciais ordinárias, e o método escolhido depende do tipo e da ordem da EDO. Vamos discutir alguns métodos básicos:

Equação separável

Uma equação é dita separável se puder ser rearranjada de forma que permita que as variáveis sejam separadas em ambos os lados da equação. Por exemplo:

dy/dx = g(y)h(x)

pode ser rearranjada:

(1/g(y)) dy = h(x) dx

Agora, os dois lados podem ser integrados separadamente.

Exemplo:

dy/dx = yx

Isso pode ser reescrito como:

(1/y) dy = x dx

Integrando ambos os lados:

ln|y| = (1/2)x 2 + C

Resolvendo para y, obtemos:

y = ± e (1/2)x 2 + C

Equações lineares de primeira ordem

A equação diferencial linear de primeira ordem tem a forma:

dy/dx + P(x)y = Q(x)

O método do fator integrante é comumente usado aqui:

IF = e ∫P(x) dx

Multiplicar pelo fator integrante transforma a equação em uma forma que pode ser integrada diretamente.

Exemplo:

dy/dx + y = e x

Primeiro, determine o fator integrante, IF = e ∫1 dx = e x.

Multiplique ambos os lados por e x:

e x dy/dx + e x y = e 2x

Isso se torna:

d/dx(e x y) = e 2x

Integre ambos os lados:

e x y = (1/2)e 2x + C

Assim, y = (1/2)e x + Ce -x.

Equações diferenciais lineares de ordem superior

Equações diferenciais lineares de ordem superior são muito importantes na modelagem e análise matemática. Elas podem frequentemente ser expressas como:

a n (x)y (n) + a n-1 (x)y (n-1) + ... + a 1 (x)y' + a 0 (x)y = g(x)

Exemplo:

A EDO linear de segunda ordem comumente discutida é:

y'' + p(x)y' + q(x)y = g(x)

Se g(x) = 0, então a equação é homogênea.

Métodos de solução

Equação característica

Se g(x) = 0, assuma uma solução na forma y = e rx. Substituindo na EDO obtém-se a equação característica, que geralmente é um polinômio em r:

ar 2 + br + c = 0

Resolva para r para encontrar a solução geral com base em raízes distintas, repetidas ou complexas. As soluções são frequentemente da forma:

  • Raízes diferentes r 1 , r 2: y = c 1 e r 1 x + c 2 e r 2 x
  • Raiz iterada r: y = (c 1 + c 2 x)e rx
  • Raízes complexas α ± βi: y = e αx (c 1 cos(βx) + c 2 sin(βx))

Soluções especiais

Ao considerar uma equação não homogênea onde g(x) ≠ 0, a solução consiste em uma solução homogênea y h e uma solução particular y p obtida por meio de métodos como coeficientes a determinar ou variação de parâmetros.

Aplicações das equações diferenciais ordinárias

EDOs são usadas extensivamente em aplicações do mundo real para modelar sistemas físicos e fenômenos. Alguns exemplos comuns incluem:

Dinâmica populacional

O crescimento populacional pode frequentemente ser modelado por uma EDO. O modelo mais simples assume que a taxa de crescimento é proporcional ao tamanho atual da população:

dy/dt = ry

onde r é a taxa de crescimento.

Circuitos elétricos

As leis de Kirchhoff levam a EDOs quando aplicadas a circuitos contendo resistores, capacitores e indutores. Por exemplo, um circuito RLC pode ser descrito como:

L(di/dt) + Ri + (1/C)∫i dt = E(t)

Lei do resfriamento de Newton

A taxa de perda de calor de um corpo é proporcional à diferença de temperatura entre o corpo e o ambiente circundante:

dT/dt = k(T - T env )

Sistema massa-mola-amortecedor

Estes sistemas podem ser modelados por EDOs de segunda ordem. A equação básica para um oscilador harmônico amortecido é:

m(d 2 x/dt 2 ) + c(dx/dt) + kx = 0

onde m é a massa, c é o coeficiente de amortecimento, e k é a rigidez da mola.

Compreensão através de exemplos

Exemplo de separação de variáveis

Considere:

dy/dx = xy

Separando as variáveis, obtemos:

dy/y = x dx

Integrando ambos os lados:

ln|y| = (1/2)x 2 + C

Resolvendo para y, obtemos:

y = Ce (1/2)x 2

Exemplo de uma equação linear de primeira ordem

Considere:

dy/dx + 2y = e x

O fator integrante é:

IF = e ∫2 dx = e 2x

Multiplique por este fator:

e 2x dy/dx + 2e 2x y = e 3x

Isso torna mais simples:

d/dx(e 2x y) = e 3x

Integrando o lado direito, obtemos:

e 2x y = (1/3)e 3x + C

Então y = (1/3)e x + Ce -2x.

Compreender equações diferenciais ordinárias é crucial para analisar o comportamento de vários sistemas na física, engenharia e além. A diversidade de métodos e tipos de equações fornece uma estrutura robusta para modelar uma vasta gama de fenômenos.


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